terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Oxford Street (28/12/2009)





O centro de comércio de Londres, mais conhecido talvez como Oxford Street, foi nosso destino de hoje, um dia que estava um solzinho um pouco mais forte, mas que o vento mesmo assim insistia em ser forte e continuar se mexendo.

A rua é maravilhosa e mais pra frente podemos ver uma travessa na diagonal, ou seja, você poder atravessar a rua em duas extremidades que são diagonais, sabe? O mais divertido é que as pessoas parecem que estão desgovernadas e o trânsito naquela parte é um pouco maior que no resto da cidade, apenas naquela travessa.

Conseguimos chegar na Hamleys, de ônibus. Era o ônibus 08-Oxford Circus, de dois andares. O caminho dele foi tranquilo, mas pude ver muitas coisas que ainda não tinha visto, como a região dos jornalistas ou até mesmo uma loja que só vende guarda-chuvas.

A Hamleys é realmente muito grande. Entramos no andar dos bichinhos de pelúcia, que é o primeiro. Descemos uma escada e fomos até o menos um, que abriga os Lego's, entre outras coisas. Lá encontrei um bichinho de pelúcia que rolava e ria muito sozinho, perceba:










Obviamente isso tirou toda o estoque de risadas que eu tinha para uma ou duas semanas.

Encontrei também um gato muito engraçado, que servia como porta-lápis. Perceba muito bem onde o lápis está guardado:



Não é uma graça? O resto das risadas por um mês ficaram com ele.

Encontramos todos os tipos de brinquedos, inclusive neve artificial idêntica com a verdadeira. Comprei um potinho para levar para o pessoal que nunca teve a chance de ver neve, pois a sensação é bem parecida.

Comprei, finalmente, o Zurg e o Slink para o meu irmãozinho. O Zurg é presente do meu pai, da Teteie e da Kris. Ele é engraçadíssimo, fala com aquela voz tosca dele "Destroy Buzzlightyear! Destroy Buzzlightyear! Destroy Buzzlightyear!".

A Teteie quase acabou com as balas da Hamleys, fez um saquinho que tinha muitas de todas, estava bem pesado e foi isso que comemos no caminho até o restaurante, pois todos estavam com fome e realmente tinha MUITAS balinhas.

Passamos, de caminho, na loja da Apple, na Regent Street. A loja é a mais bonita que eu já vi, tanto por dentro como por fora.

Almoçamos num restaurante tailandês e chinês, muito bom. Eu comi vários pratos de tudo um pouco, me senti um monstro com uma fome sem fim, mas pelo menos experimentei bastante de tudo :B

Brick Lane outra vez (27/12/2009)



Começamos pelo Victoria Park, para conhecer e andar pelo canal dele, por um bom tempo, até chegarmos na Columbia Road Market, uma feirinha de flores na East London. A feirinha é bem simples, mas isso que a torna bonita.



Seguimos para Brick Lane, o lugar que mais gostei até agora (talvez até meio que empatado com Camden Town). Vimos algumas coisas, voltamos na loja de cd que eu havia gostado e resolvi tirar foto na cabine, junto com a minha irmã.



Fiquei cerca de duas horas falando que a foto era linda, que eu tinha gostado muito, e mostrei mais umas 953 vezes para a minha irmã, que não aguentava mais aquela foto.

Encontrei mais dois óculos escuros na Brick Lane, que tive que comprar, totalizando três até agora: um vermelho e preto, outro roxo e um verde, todos com a mesma armação, porque eu sou muito criativa.

Quando entramos numa exposição que estava tendo lá, de cubos, encontrei em um dos cubos um óculos IGUALZINHO ao primeiro que havia comprado, o vermelho e preto... Obviamente que pirei e me achei um máximo, é claro.



Almoçamos num restaurante indiano que tocou Groove Armada e eu me perguntei várias vezes comofas, mas ok, só achei engraçado, poxa vida.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Candem Town (26/12/2009)



Acordei meio tarde, peguei o computador e abri os meus e-mails. Para a minha felicidade, a minha amiga que está em Londres também havia me respondido, depois de alguns bons dias. A resposta era tão simples, mas ao mesmo tempo me deixou tão feliz que praticamente acordei ali na hora, com vontade de sair.

A idéia dela era de ir para Candem Town. Simples, não? Mas, para quem sabe o que é e tem uma mínima noção do meu gosto ou de como sou, isso é praticamente o paraíso para mim, o lugar em que sempre quis estar.

Depois de uma certa discussão com o meu pai, de ter ligado pra minha mãe e obtido a permissão dela, pude ir tranquilamente para o meu lugar dos sonhos, depois de almoçar alguma coisa da qual não me lembro mais o que foi.

Peguei o metrô sozinha pela primeira vez, para ir pra um lugar que não fazia a menor idéia de como era ou de como chegar. Mas fui, fui muito na fé, e o pior é que não errei uma vez... Mesmo com o metrô sendo ao contrário (as placas falam que você está indo para um lugar, mas, na verdade, elas te levam ao contrário).

Cheguei em Candem Town e já queria entrar em todas as lojas, enquanto esperava a Juliana e a irmã dela na porta do metrô. Esperei por uns 15 minutos e logo já fomos na barraquinha de rua mais próxima da saída do metrô, para comprar óculos escuros, obviamente.

Andamos por mais um bom tempo pelas feirinhas, por algumas outras lojas e afins, até que tivemos a idéia, finalmente, de dar rolê de pub em pub. Para começar, o The Elephant; não me lembro mais do nome do segundo pub, mas o terceiro foi The World's End.

Para mim, o de sempre: uma cerveja bem gelada e saborosa, de preferência. A Ju me acompanhava nas cervejas, mas a irmã dela preferiu tomar dois shots de vodka por cada pub, em média.

No primeiro deles, fiquei com a Newcastle Brown; no segundo, com algumas Heinekens, só pra matar as lombrigas; no terceiro, fiquei com a Beck's.

Nós nos divertimos muito, falamos de tudo um pouco, mal de vááárias pessoas que ficaram no Brasil e ainda causamos um pouco em Londres. A sensação de poder encontrar com os amigos até mesmo aqui foi muito boa, gostaria que todas aquelas pessoas que eu gosto de verdade pudessem sentir isso.

O caminho de volta foi tranquilo, tirando a parte em que uma mulher me pediu algum tipo de informação e eu não pude ajudar. Na verdade, tudo o que eu entendi foi: "where's the ...........?" o resto, ficou um sinal tipo sap.

Natal (25/12/2009)



Acordamos razoavelmente cedo, pois tivemos a idéia de sair e tivemos que andar, pois o transporte (nem ônibus nem metrô) não funciona hoje.

Andamos um tanto para chegar na região de Tower of London, que também tem a Tower Brigde por perto.

É um passeio bem turístico, então resume-se que é muito bonito e tudo o mais. O castelo do Henrique IIX está praticamente inteiro, e podemos vê-lo de diversos ângulos, pois a estradinha para andar dá a volta completa nele.

No lugar em que andamos, há várias pedras para sentar, e todas elas te dão uma vista maravilhosa do lugar.

Véspera de Natal (24/12/2009)



Hoje é véspera de Natal. Acho que não tem muito o que explicar, além de toda aquela preparação de peru e aquele blá-blá-blá que os brasileiros costumam fazer, não é mesmo? E presentes, é claro.

A única coisa diferente talvez pode ter sido o horário em que comemos e que abrimos os presentes: antes das dez da noite, por conta da ansiedade... Isso foi até bom, porque sou tão ansiosa fiquei até feliz demais.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Presentes (23/12/2009)



Queridas pessoas desse Planeta Terra completamente esgotado de recursos e afins, por conta da futura falta de água e blá-blá-blá, bom dia pra vocês! Bom, problemas sempre pra depois, não é mesmo, minha voz interior? :B

Hoje eu estava um pouco melhor da minha insistente gripe (ou resfriado, sei lá, até hoje não aprendi a diferença), então já acordei com uma cara meio que OIqPONTOcomofas.


Daí eu parei e pensei (nossa, tava difícil de pensar esses dias) e percebi que ainda não tinha comprado presentes de Natal pro pessoal daqui... E seria mais legal se eu comprasse, né?

Daí eu me cobri inteirinha com blusas e todo o resto para descer no elevador e andar cerca de duas quadras (ou nem isso), onde eu acharia alguma loja interessante para comprar coisas realmente improvisadas.

Eis que surge no meu caminho um sebo de livros! Como isso realmente me agrada muito, tive que entrar, obviamente. Era bem pequeno e tinha uma escada que ia pro subsolo, em caracol e preta.

Vasculhei, encontrei vários livros que me agradavam (isso sempre acontece comigo), mas tive que conversar um pouco com o meu eu lírico e as palavras que usei, para não comprar livros, foram: "eles são em inglês, sua pamonha"; assim, tentei desistir.

Fiquei na loja por uns 15 minutos, procurando alguma coisa para o meu pai, que estava bastante difícil. Então, quando um livro sobre carros apareceu na minha frente, um sorriso grande e sincero (hahaha que brega, SINCERO HAHAHA) apareceu na minha face (hahaha, FACE! tá, parei).

Comprei o livro de carros, um sobre política e o "Cem Anos de Solidão", só que a cabeçorra comprou em espanhol e não percebeu. Todos eles foram pro meu pai.

Andei mais alguns metrinhos e já encontrei uma loja que me chamou muito a atenção, a Evolution. Na vitrine tinham umas coisas muito legais e fofinhas. Como eu tinha que comprar presentes pra uma menina de 11 anos e pra minha madrasta, resolvi entrar e dar uma olhada.

Fiquei extremamente louca, pois não era só uma ou outra coisa que eu queria, seria bom se pudesse levar TODAS pra mim. Tudo de cores que eu gostava, com linhas lindas e mais alguns outros detalhes que só vendo mesmo e me conhecendo muito bem pra entender.

Andei a loja inteirinha pra ver se achava alguma coisa pras duas. Pra minha irmã foi mais fácil, pois a quantidade de coisas coloridas que tinham na loja eram absurdas, então era só lembrar que ela tinha 11 anos e que a cor preferida dela é laranja. Mas e pra Kris?

Andei, olhei, reolhei e olhei mais algumas vezes. Peguei uma cestinha, coloquei nela um mini-despertador de smile, um bicho cabeludo que acende luzes, uma xícara de smile laranja e um porta-recados. Depois de dar mais umas voltas, coloquei também uns potinhos de café, um homem de neve que serve para guardar coisas e uma outra xícara, só que de café.

Como sou preguiçosa e tudo o mais, também tive que comprar sacos pra colocar tudo isso, pois eu também não sirvo para trabalhos manuais.

Pior ainda (22/12/2009)



Imagine uma pessoa que já é bastante preguiçosa e tem uma grande vontade de dormir regularmente. Imaginou? Agora dê a ela uma gripe forte e observe bem o que acontece.

Você ainda não achou a resposta? Bom, tudo bem, eu falo o que aconteceu comigo: eu dormi o dia inteiro, de verdade. ZZZ E só.

Doente (21/12/2009)



Hoje acordei digamos que bastante podrona. Não fiz nada durante o dia, pois o que eu queria mesmo era ficar sentada ou sem fazer absolutamente nada.

O que aconteceu de mais emocionante foi ter ficado em casa sozinha durante a noite com a minha irmã. Nós nos divertimos bastante e pudemos conversar durante certo tempo.

Só, realmente é isso.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natação (20/12/2009)



Queridos amigos e companheiros de aventuras! Um bom dia para todos vocês, senhores, senhoras e todo o resto de idades, credos, opções sexuais e gostos musicais.

Hoje não fez tanto frio de manhã, a temperatura até que estava um pouco mais agradável. É o segundo dia de férias da Christelle, então ela pode acordar mais tarde e tal, fazer muitas coisas à tarde e até mesmo ter idéias mirabolantes.

Acordamos e fui intimamente conduzida para ir à natação dela, só que dessa vez para NADAR REALMENTE. Como ela é minha irmã mais nova e essas coisas, e como também está super boazinha e bonitinha, resolvi fazer o gosto da criança.

Acordei e já me troquei para irmos juntas para lá. O caminho foi engraçado, pois eu não sabia mesmo por onde ir, e ela me conduzia pra cima e pra baixo. Eu parecia uma velhinha atrapalhada e cega pelo meio da rua, de verdade.

Chegamos lá e já entramos na piscina. A água estava beeem quentinha e o ar de dentro do local estava mais geladinho, então dava vontade de ficar sempre submersa na água.

A minha capacidade de ser atrapalhada persiste em todos os momentos, principalmente naqueles em que eu não faço a menor idéia do que estou fazendo, como nadar. Gente, qual é o segredo de nadar bem?

Bom, eu parecia uma louca indo pra lá e pra cá, de qualquer jeito. Mas uma coisa eu descobri: sei me virar muito bem, mesmo não sabendo boiar (oi). Consegui ir até o fundo e não me afogar! Isso é uma vitória. E olha que tinha quatro metros de profundidade.

A Teteie nada super bem, consegue deixar até os salva-vidas pra trás. Ela é super rapidinha, sabe todos os tipos de nados e tudo o mais. É legal vê-la, enquanto eu não consigo fazer nada do que ela faz.

Ficamos cerca de uma hora na piscina, então resolvemos sair e voltar pra casa, pois já estava na hora do almoço e meu pai tinha comprado 88 camarões grandões pra fazer com macarrão (huuum).

Fomos para casa e meu pai começou a fazer as coisas, e logo comemos com uma vontade sem fim aquela comida saborosa.

Hoje só saí mesmo para ir com a Christelle até a natação e fiquei o resto do dia em casa mesmo, comendo, jogando baralho e no computador.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Brick Lane (19/12/2009)





Hoje eu andei e andei e andei. Mas também tirei muitas fotos de um ótimo lugar que fui.

Estava um dia ensolarado, porém, com bastante frio. Acordei um pouco mais tarde que o que tenho acordado aqui, cerca de 9:30h, e comecei o dia andando pela rua, já levando a Christelle para se encontrar com algumas amigas, pois era aniversário de uma delas.

Ao deixar a Teteie, nos dirigimos - eu, meu pai e a Kris - para a Brick Lane, o lugar mais legal que conheci até agora. Na época do Jack, o Estripador, era onde ele cometia seus crimes. Isso diz a lenda, agora, se é verdade ou não, fica por conta de vocês.

A ruazinha é cheia de lojas de todos os tipos. Há de tudo um pouco para comprar e os preços variam bastante. A feirinha que tem lá, na verdade, acontece aos domingos. Mas, mesmo assim, as lojas estavam abertas - a grande maioria, pelo menos - e pude ver a variedade de produtos.

Andei mais um bocado e encontrei uma linda loja de discos, chamada Rough Trade. A loja era enorme e tinha umas poltronas retrôs, uns cartazes e mais uma cabine de foto 3X4 com muitas fotos em preto e branco coladas por lá.

Eu me apaixonei por absolutamente tudo, pois conhecia grande parte das coisas que via em todos os cantos. A maioria dos cd's em promoção são da Europa mesmo, então é impossível não levar pelo menos uma coisa britânica, ainda mais com tudo tão bonito daquele jeito.

Tinha também uns dvd's, mas nada que dava muita vontade de olhar. O que me chamou mais atenção foram as fotos, pois elas eram muito divertidas, com uns caras fazendo caretas e toda aquela coisa que eu acho legal (e provavelmente você não).

No fim, acabei saindo com um cd do Tom Waits, Clash, Buzzcocks e Television, além de duas revistas muuuito bacanas: uma sobre música (oi) e outra com umas imagens muito bacanas, que lembra bastante o estilo da How (que tenho vários exemplares usurpados do meu padrasto).

Depois de um bom tempo, consegui finalmente sair da loja de discos e andei mais um bocado. Fomos até London City, que é onde tinha o Aldgate. É uma parte mais moderna de Londres e bastante bonita. Se bem que eu prefiro a mais velha e tal... Mas isso não vem ao caso.

Andamos e andamos e andamos e andamos e andamos mais um pouco, até que encontrei mais uma loja legal, a Loaf Recordings, que é um estúdio, na verdade. A loja é cheia de roupas penduradas, tem alguns discos e outros cd's. Atrás, alguns quadros e bonequinhos, junto com uma mesa de ping-pong.

O preço não é tão acessível, pois a loja é independente, o que faz que seja mais cara. Encontrei alguns potinhos que pareciam ser de sopa, mas, sinceramente, não consegui ler o que estava escrito.

Depois de andar por quatro horas seguidas, cheguei em casa completamente acabada e com uma fome sem fim. Fiz um lanche e queria ZZZZZZZ.

Um pouco mais à noite, a Christelle estava brincando com o baralho. Daí comi alguns chocolates para voltar a abrir os olhos e fui ensiná-la a jogar buraco. Ficamos cerca de duas ou três horas jogando sem parar.

Pubs (18/12/2009)





Peguei a estação Bethnal Green e desci na King's Cross. Passeio emocionante, até mesmo antes de chegar no local pensado... O caminho já foi bastante divertido.

Estava com o meu pai, indo para o trabalho com ele. Andamos algumas quadras e chegamos na British Library
, realmente muito grande. O lugar que ela fica é como se fosse um Boulevard. Há até pontes dentro dela, que podem ser vistas por esse Boulevard.



Andamos mais umas duas quadras e já chegamos na rua onde fica o escritório do meu pai. Entramos e conheci algumas pessoas que trabalham com ele, inclusive um espanhol e um alemão. A mistura de raças aqui é bem visível e ninguém se incomoda com isso, é bem normal.

Fiquei sentada no sofá por algumas horas, até que fomos almoçar no Albertini, um restaurante que os donos são albaneses. Comemos uma lasagna bem quentinha e logo que saímos, avistei um pub do outro lado da rua.

Meu pai voltou para o trabalho e eu segui direto para o pub na esquina, com as paredes meio marrons e duas entradas. A primeira entrada estava fechada, então fui para a segunda, que era mais na esquina.

O lugar era maravilhoso, e o que mais me chamou a atenção foi que havia pessoas de todas as idades misturadas e conversando. A menina que atendia e fazia os pedidos tinha o cabelo meio que raspado e não raspado, e era azul.

Fiz o meu pedido de sempre: uma cerveja. E uma das opções que vi era uma que eu não conhecia, chamada Grolsch. Como a menina estava atendendo outra pessoa também, um senhor que já devia ter seus 70 e poucos anos, veio me atender e me dar a cerveja.

Sentei na mesma mesa que um outro senhor, só que esse um pouco mais novo, devia ter uns 50 e poucos anos. Conversei um pouco com ele, até que foi embora e então eu pude tirar as fotos que tanto queria sem que ninguém percebesse muito.

Foi aí que o senhor que havia me atendido chegou e perguntou se eu queria que ele tirasse foto minha. Ele foi bastante simpático comigo e enquanto estive lá bebendo a minha cerveja, ficamos conversando. O sotaque dele era bem de inglês mesmo.

Quando saí, resolvi ir até a Library, mas antes tive que fumar uns dois cigarros, porque acreditava que ia ficar mais de duas ou talvez até mesmo três horas. Então encostei numa parede qualquer e acendi o Marlboro.

Caminhei por um beco e já saí na porta da Biblioteca Britânica. Entrei sem grandes problemas, mas logo me perdi. Sim, eu tive essa capacidade. Mas, para fingir que eu não estava perdida, andava rapidamente e fingia que estava com pressa de alguma coisa, para não me sentir caipira. Mas talvez isso tenha sido até mesmo pior.

Com toda essa minha tosquice, depois de subir e descer alguns andares, entrar num lugar só para pessoas inscritas e ficar no subsolo, finalmente pude avistar o que se parecia com a entrada, e, para a minha sorte, era.

Entrei. e no começo já tinha umas peças de fotografias, como uma das primeiras máquinas do mundo (ou, como o próprio autor apelidou, "uma das peças mais bonitas do mundo"), que era bastante fina e comprida.

Andando mais um pouco e continuando perdida, encontrei alguns degraus, que resolvi subir. Eles me levaram para uma espécie de monitor, do qual eu via vários livros sagrados, como o Alcorão. Pude folhear as páginas pelo mesmo monitor e ver algumas passagens e imagens dos livros.

Andei mais um pouco e encontrei a sala da Magna Carta, que era bastante escura e cheia de proteção. Entrei e comecei a apertar uns botões com coisas escritas, então, do nada, uma mulher começou a falar e a me explicar algumas coisas.

Saí da sala, e então me deparo com partituras musicais de artistas como Mozart e Beethoven, muito bonitas. Alguns pilares do lugar que eram de vidro tinham partituras inscritas nele.

Como tentei subir e não encontrei mais nenhuma escada, fiquei com medo de me perder e não encontrar a saída, então achei que era melhor eu descer para onde havia entrado. Consegui encontrar e fui para o café pedir um chocolate quente.

Fiquei um bom tempo sentada na frente da Biblioteca, então quando estava se aproximando das 18h, o horário que meu pai sai do trabalho, achei que era melhor ir encontrá-lo. Então fui, sem me perder (ufa).

Saímos cerca de 18h e começamos a procurar algum pub mais vazio e diferente. Encontramos um outro lá por perto mesmo, então entramos e eu pedi uma Carlsberg, e meu pai, uma Guinness. Para a minha felicidade, esse pub tinha uns ketchups na mesa, e todos eram Heinz.



Sir Charles, meu pai, pediu também uma porção de batatas fritas, que eram maravilhosas, bem gordas e grandes. Eu as enchi de ketchup e fizeram um par delicioso com a minha Carlsberg.



Conversamos por um tempo e umas 19h fomos embora, pois a Christelle tinha natação, e combinamos que todos iam ver. Então pegamos o metrô novamente na King's Cross e partimos para Bethnal Green.

Fio-dental (17/12/2009)






Cada dia sinto sono mais cedo, parece que estou ficando cada minuto mais velha e lenta. Será que isso é normal? As pessoas que envelhecem sentem isso também ou elas acham que ficam mais esperta? É uma coisa para se pensar, ainda mais na minha idade, sou nova, acho.

Hoje acordamos novamente cedo para ir ao salão de beleza fazer a sombrancelha (não, eu AINDA não sei como fazer a sombrancelha por mim mesma... E sim, ainda dói bastante, ainda mais quando a pessoa não me deixa parar para respirar).

Andamos por uns minutinhos e logo chegamos num salão de beleza de portas vermelhas, pelo que o meu tão esquecido cérebro lembra (ou o que eu chamo de cérebro, vai saber...).

A Kris e eu entramos e não deu nem trinta segundos para uma mulher vir nos atender, perguntando o nosso horário e o que íamos fazer. Estava marcado para às 10h e chegamos no horário certinho.

Sentamos por mais alguns segundos e a moça que ia fazer a nossa sombrancelha já chegou, chamando a Kris primeiro. Ela foi, enquanto eu continuei sentada por menos de dez minutos, esperando a minha vez.

Vi os shampoos ao meu lado e pude perceber que são iguais aos bons que têm em São Paulo, em perfumarias ótimas e chiques. Tirei algumas fotos beeem discretamente, para não parecer uma caipira e enviei-as para mamãe, para conferir se eram aqueles mesmos. E eu tinha razão, eram eles.

Quando a moça me chamou, já estava falando que gostava das minhas sombrancelhas de tal e tal jeito, mas tomando muito cuidado para não exagerar nas palavras, para ficar EXATAMENTE do jeito que eu estava falando.

A mulher me saca um rolinho de fio dental, meeeu! Tipo, imagine um fio dental. Agora enrole-o numa linha de costura. MEEEU, era aquilo. E de repente ela começa a fazer minha sombrancelha com aquilo, arrancando os fiozinhos mesmo. Meeeu, assustador.

O pior é que quase não senti dor e foi muuuito rápido, de verdade. Alguém já viu isso? Sei lá, vai que eu sou muito caipira e tal, né? Mas creio que se realmente tivesse no Brasil, eu já teria visto.

Depois de terminarmos, fomos comprar roupas numa loja que se assemelha muito com a C&A ou Renner, como preferir. Chama-se Primark, e eu juro que cheguei até a ver escova de privada em algum lugar por lá, juuuro.

Compramos algumas coisas e fomos almoçar no McDonald's lá por perto, que é como se fosse o da Avenida Paulista. Descobri que alguns deles não têm lixo, pois as pessoas têm medo que joguem bombas lá dentro. Então, para impedir ou diminuir esses acontecimentos, tiram o lixo. oi

Mas o sono já chegou a partir das 16h, mais ou menos... Aqui escurece muito rápido no inverno, 16:30h já está completamente escuro, então o meu cérebro preguiçoso quer me mandar pra cama...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Primeiro dia com neve (16/12/2009)



Hoje eu tive que acordar cedo, pois eu e a Kris tínhamos que sair 9h de casa. Acordei, tomei o café e fui levar a Christelle na escola, junto com o meu pai.

Eu e a Kris já estávamos prontas, então fomos até o escritório da escola de inglês que ela estava fazendo aula, para pegar seu certificado. Estava mais frio que o normal na rua, um vento que até já secava a pele só de bater no rosto.

Andamos cerca de 15 minutos e já chegamos lá. Um prédio do lado de um parque, com uma porta bem pesada e paredes coloridas. Todos (na verdade todas, pois só havia mulheres) bastante simpáticos... Estavam colocando uma mesa com algumas bebidas e lanchinhos para as alunas.

Sentei no sofá, ao lado da Kris. Fomos as primeiras a chegar. Como todas as outras alunas são muçulmanas, elas não têm a tão conhecida pontualidade inglesa. Aos poucos foram chegando e se acomodando. Mas que sotaque ruim elas têm! Algumas tem um menos pior, mas a maioria é muuuito ruim mesmo.

Quando saí pra fumar pela primeira vez no escritório, fui até a praça e estava começando a nevar. Tão lindo, gostei de saber que vou passar esse frio por dois meses e que estou livre do insuportável calor.

Ficamos lá por um tempo, comemos algumas coisas e então nos separamos entre as que iam ao teatro e as que não iam. Ficamos no grupo das que iam, então partimos com o resto do pessoal para o ponto de ônibus certo.

Andamos no ônibus de dois andares e logo chegamos ao teatro, o Hackney Empire. Fomos ver Aladdin. A peça foi muito boa e a maioria da platéia era crianças de escolas. PS: O Aladdin era uma mulher que cantava muito bem e usava sempre saia.

A peça durou cerca de duas horas e meia, e depois já fomos pra casa comer alguma coisa. Comemos, vi um pouco de televisão (claro, entendi absolutamente tudo) e joguei videogame (um dos meus jogos preferidos: GTA).

Meu pai chegou um pouco mais cedo hoje. Tínhamos que ir ver a apresentação da Teteie, às 19h. Era uma apresentação de canto que ela estava ensaiando na escola, a The Learning Village para o Natal.

A apresentação foi na igreja do lado da escola, a Roman Catholic Church of St Mary and St Michael. Foi bem bonita, as crianças que tocavam todos os instrumentos e cantavam. Durou cerca de uma hora.

A Christelle já apresentou 3 vezes hoje e fica com a música na cabeça, é engraçado. Então, obviamente, como ela queria tirar a música da cabeça, aproveitei a oportunidade para introduzi-la ao rock and roll.

Músicas como God Save the Queen e Should I Stay or Should I Go tocaram pela noite.

Os supermercados (15/12/2009)





Foi um dia frio (oi).

Estou dormindo com a minha irmã, mas como ela tem escola, não conversei durante a noite com ela, como de costume. E também, como eu estava cansada, já deitei e capotei, não senti absolutamente nada, só cada vez mais sono.

Acordei cedo, 7:25h, para tomar café da manhã e levar a Christelle na escola. Comi mais pão com manteiga gostosa e me enchi de blusas para poder levá-la. O frio não estava tão grande, mas como era bem cedo, estava pior que ontem.

Meu pai desceu com uma garrafinha de água para poder passar no carro, senão não enxergaria (e não há pára-brisas que aguentem limpar ou secar todo o frio).

Fui conversando com a minha irmã e logo chegamos. A escola é enorme e dividida entre o prédio de meninas e meninos. Não são todas que são assim, mas a dela é, por conta da quantidade de muçulmanos que há.

Voltamos, então meu pai foi trabalhar e fiquei com a Kris. Fomos andar na rua e ao supermercado, o Tesco.

Geeente, me emocionei, de verdade. Produtos lindos, embalagens maravilhosas e muitas, mas muuuitas variedades. Com certeza foi uma das coisas que vi que mais me emocionaram... Pegava tudo, queria ver, sentir, poder olhar com calma! E também queria colocar tudo no carrinho, só por colocar mesmo. Pobre é foda.

Até as frutas são diferentes. Há frutas que só existem aqui e são bastante bizarras. Sendo uma pessoa carnívora e que não gosta de NENHUMA fruta, isso pra mim é indiferente, mas, mesmo assim, gostei de ver.

Compramos algumas coisas e fomos pra casa guardar. Então saímos para buscar Christelle, só que dessa vez no Athletics, não na escola. E pegamos o ônibus 309 vermlhomaravilhosoesuperbemcuidadooi para buscá-la.

Eu me emocionei de novo: funciona melhor que o metrô de São Paulo. É maravilhoso e funciona mesmo, de verdade, verdade verdadeiramente sólida! Geeente, é incrível, é incrível.

Busquei a Christelle e conheci algumas amigas delas, que me surpreenderam por estar de shorts. Gente, como as meninas conseguiam? Sério, eu não entendo. Será que eu sou quadrada demais?

Voltamos e tomamos o costumeiro café de quando a minha irmã volta da escola.

Primeiro dia (tarde de 14/12/2009)





Estava eu no Aeroporto London City, toda feliz e orgulhosa de mim mesma por ter passado por toda aquela barreira de idioma diferente. Até que saí e já encontrei o meu pai esperando bem na frente da porta.

Por um momento, olhei para as coisas completamente diferentes e achei engraçado poder ver toda essa diferença novamente, só que bem mais velha e em outro país (talvez o melhor que eu vá conhecer, sem ser o Brasil).

Caminhamos para o carro, que estava no estacionamento. Pude então sentir na pele novamente o frio europeu, só que muito mais forte, por ser realmente inverno aqui. Devia estar uns três ou quatro graus, não sei exatamente. Mas até que estava quente pra quem vive aqui.

Entrei quase que do lado do motorista do carro verde da placa com muitas letras e números impossíveis de decorar e percebi que estava errada. O motorista é à direita, e isso leva tempo para nos acostumarmos. É estranha a sensação que dá de você estar sentado do lado esquerdo e não ter um volante... Chega a ser engraçado.

Andamos um pouco e já achei bastante complicado como os carros andam na rua. No Brasil e na maioria dos outros países, o carro costuma ir do lado direito e voltar do esquerdo. Aqui, isso também é ao contrário.

Depois de muitas curvas e de entrarmos em diversas ruazinhas bem estreitas de duas mãos, pude avistar um edifício enorme e com um triângulo em cima. É o Canary Wharf, um dos prédios que fazem parte do conjunto dos maiores do Reino Unido. Mais pra frente, uma das primeiras coisas que vi foi uma praga do McDonald's, só que com o símbolo beeem menor.

Andamos mais um pouco e já chegamos no flat 12 da Godley Street, com a porta vermelha e no terceiro andar. O elevador que peguei para subir esses andares falava um bocado: "Mind the doors. Doors closing. Going Down. Please mind the doors. Doors opening" Coloquei a mão dentro do elevador e parecia que estava molhado, de tão gelado.

A Kris logo abriu a porta e me mostrou o flat. Comecei a abrir as minhas coisas, dar chocolates, Havainas e alguns miojos pra eles e guardei a minha muda de roupas dentro do guarda-roupas que seria meu por esse tempo que estiver aqui.

Empilhei as minhas coisas e percebi que estavam bem bagunçadas, então tentei arrumar do meu jeito, o que não melhorou muito. Conversei um pouco com a Kris e com o meu pai, então perguntaram o que eu gostaria de jantar, o que eu respondi sem pensar muito - pois estava com muita vontade - que gostaria de yakisoba.

Quando o relógio marcou 14:30h, saímos para buscar a Christelle na escola, a pé. É bem perto, então chegamos lá cerca de 14:55h. Ela demorou uns 5 ou talvez 10 minutos para sair, então já me viu e correu para me dar um abraço.

Quando estávamos voltando, paramos numa padaria e compramos alguns pães que nunca tinha visto em toda a minha vida. Fizemos o mesmo caminho para ir e voltar, mas, mesmo assim, não encontrei diferença em nenhum dos prédios que passei: são todos de tijolinhos e parecem terem sido feitos pela mesma pessoa, de uma só vez.

Fizemos um lanchinho com os pães e achei-os muito gostosos, principalmente com a manteiga daqui, que é muito boa. Ao terminar, comi alguns chocolates belgas, enquanto os três se deliciavam com caixas da Lacta e Nestlé que eu trouxe.

Passei um tempo com a Christelle e então resolvi ir fumar um cigarro. Toda vez que eu vou fumar, tenho que me encher de blusas e tenho uma vista incrivelmente linda dos ônibus e prédios.

Às 19:30h, o jantar ficou pronto. Pude sentir, depois de alguns anos, o gosto da comida do meu pai novamente... E dificilmente vou enjoar rapidamente.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Catorze de dezembro de dois mil e nove



Horas de vôo com um mata-leão na cabeça, subindo com a falta de oxigênio do lugar, transformando a tal cabeçorra numa coisa bem difícil de aguentar. Do lado direito, um japonês nascido no Brasil, indo para Londres, no vôo LX 093; do esquerdo, um brasileiro com uma boina.

As aeromoças começam a se apresentar. Nenhuma delas fala em português e a língua que mais se encaixava com a minha era o inglês. Muitas pessoas fariam de tudo para colocar microfones escondidos em mim, só para dar risada do meu inglês. Mas ele foi bom o suficiente para eu me entender com as pessoas que ali estavam... Até arrisquei conversar com os suíços.

O vôo foi tranquilo, comi e dormi bastante. O remédio realmente funciona, pude perceber. Bom, o dia que inventarem um tarja-preta que não funcione em mim, o mundo pode começar a ficar preocupado.

Ficava de vez em quando olhando na televisão para ver onde eu estava e o quanto ainda demoraria. Joguei um pouco de poker, mas logo fiquei impaciente com as cartas que vinham pra mim e acabei desistindo. Experimentei então a revista de shopping da Suíça, mas, por mais engraçado que isso possa ser, nada de lá me interessava (a maioria das coisas eram relógios).

Dormi mais algumas 3 ou 4 horas e o avião começou a pousar. O pouso foi tranquilo, nem fez aquele barulho todo que costuma fazer (aquilo realmente me assusta, e muuuito). Comecei a pegar as minhas coisas, vendo com bastante cuidado se estava tudo mesmo ali dentro da minha mochila grande e preta... E estava.

Comecei a andar para o fim do corredor do avião, agradecendo a todas as pessoas que pude ver. Quando saí, começou o frio... Mas o friiiiiiiiiiiiio mesmo, de -2º e andei por uma grande passarela, com o passaporte e a próxima passagem na mão.

Um grande suíço olhou o meu passaporte e sem nem olhar pra minha cara disse rapidamente que eu poderia passar sem problemas. Passei e fui diretamente atrás de mais cigarros pra comprar.

Cheguei na loja de cigarros do aeroporto de Zurich, que não lembro direito do nome, mas pode ser algo como Skijumpwcengelbergbéjartballetlausanne, onde comprei um box grandão e tentei pegar alguns francos suíços, mas a vendedora disse que não poderia me dar.

Fiquei completamente incomunicável, então entrei no trem que me levaria ao avião e... QUANTA CHIQUEZA! fui. Fui até o meu lugarzinho e sentei do lado um enorme suíço.

Não dormi, não. É muuuito perto, muito perto mesmo. Nem dá vontade de dormir. Mas fiquei viajando e divagando e viajando um pouco mais. Quando acordei dessas tão grandes divagações, o avião já estava descendo... E uma das primeiras coisas que vi foi o ônibus vermelho passando pra lá e pra cá. Depois, nada mais nada menos que o Big Ban.

Troquei minhas notas de dólar por algumas libras - pounds - e me enrolei com o maldito carrinho do aeroporto! Maldito seja! Não conseguia pegar a coisa por nada nesse mundo! NADA MESMO! Então chamei um inglês para me ajudar, que tirou sem grandes dificuldades.

Passei pela barreira, sem mostrar nada, apenas com uma espécie de caderninho vermelhinho, que é tudo que precisamos para entrar na Europa sem grandes complicações.

Agora estou do outro lado da berreira.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Everyday people



São nove e meia da manhã. Eu estava dormindo na minha tão confortável cama, com um sono completamente pesado, de bruços, com os meus três travesseiros e mais algumas outras roupas jogadas pelo meio. Como de costume, com o meu afobado calor, tinha tirado algumas peças de roupa no meio da noite, sem perceber. Mas agora, o que não é corriqueiro, foi eu não ter acordado com o meu despertador preto modelo bem antigão, presente de titio e extremamente escandaloso. Quem entrou no meu quarto e me surpreendeu por não falar a frase tão repetida "Stê, acorda logo, você tá atrasada" foi mamãe. Ela sentou na minha cama e apenas com o movimento dela ter levantado a mão, acordei.

Está chovendo, mas ainda sim abafado. Com isso, pedi mais cinco minutinhos e logo mais acordei, fui jogar uma água no meu rosto e em parte do meu cabelo. Descobri, por um instante, que seria melhor eu arrumar a minha cama, que eu nunca arrumo. Tudo tem a sua primeira vez.

Desci a escadas, com a voz meio rouca de tanto dormir. Eu estava louca por um cigarro, com aquela sensação dos olhos doendo e com as mãos inquietas. Minha mãe tinha acabado de passar o café e estava sentada no meu lugar quando cheguei na cozinha e a surpreendi por ter acordado antes de ter me chamado novamente. As palavras dela foram simples, como um "bom dia".

Fiz o meu copo de água, o meu comprido e com bolas verdes bem assimétricas. Coloquei três cubos de gelo - o meu problema com números ímpares persiste até na hora de colocar gelos no copo - e tomei rapidamente. Fiz outro copo, sentei no meu lugar - que a minha mãe já havia saído - e acendi o meu cigarro.

O que mais me chama a atenção é que até aí nada mudou na minha rotina. O que mudou são os meus pensamentos. Enquanto eu estava sentada, eu não me encontrava aqui exatamente. Minha cabeça estava bem longe, olhando pras gotas de chuva caindo no chão e pensando que daqui algumas horas eu estarei vendo a mesma cena, só que em outro chão.

Eu ainda não arrumei as minhas coisas, porque não consigo. Sempre que começo, invento alguma outra coisa para fazer, como escrever aqui. A única coisa que está arrumada são os remédios, que coloquei numa sacolinha da farmácia, junto com as receitas e a carta do médico. Será que vou precisar tomar todos eles lá?

Queria ouvir alguma coisa mais ou menos como Iggy Pop, só que da fase dos Stooges, quando era mais pesado. Algo como "Fun Time", mas não é tão pesada. Tentei um Bowie, mas percebi que já ouvi ontem um cd inteiro dele. Mas não é exatamente ouvir a música... É acreditar que hoje eu vou pra Londres.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bethnal Green



Gente, o que acontece com esse país? Poxa, desde o início do mês passado eu tento tirar o meu passaporte brasileiro. E o que acontece? Pois é, o que é? O mau atendimento e grosseria dos policiais federais que se sentem superiores a nós, meros humanos, faz com que desistamos aos poucos.

Estava eu lá, na Polícia Federal do Shopping Ibirapuera (pena que era dentro do shopping. Só por ser lá, já podemos perceber que os policiais são superiores), cheguei na moça do atendimento e disse "bom dia!" e a tal mulher, super educamente, disse um quase que escandaloso "o que você veio fazer aqui???!!!".

Bom, realmente, eles são os tais. Eles lidam com pessoas, e pessoas normalmente prezam por ser tratadas de uma maneira diferentemente boa às vezes. Agora, indo para pequenas teorias sem noção alguma: e se a mesma mulher fosse vegetariana? HEIN? Ela provavelmente trataria bem melhor os animais que as pessoas que tem que atender ao longo dos dias. Há! Ou não...

Mas tudo bem, já foi e tá tudo certo. MAS A FALTA DE EDUCAÇÃO AINDA ME INCOMODA, PORRA! Não, tudo bem mesmo, de verdade.

Mas agora olhem, queridas e rebaixadíssimas pessoas do meu Brasil (aqules tais policiais toscões fazem com que nos sintamos assim, mas tudo bem) : passaram pra mim um site muito legal de coisas boas pra fazer, com muita organização e preços de todos os tipos. Quando virem, tentem listar ao menos dez coisas que gostariam de fazer, pois vocês certamente vão encontrar.

Além disso, tenho o site do supermercado de lá! Isso mesmo, isso mesmo! Do supermercado. Putz, acho que só eu mesma entro no site do supermercado de algum lugar, não é mesmo?

Outra coisa muito legal pra ver é o site do metrô. Na verdade, o nome do site é "Transport for London" e tem o MAPA DO METRÔ de lá, que já está programado pra fazer parte de uma das minhas paredes num futuro bastante breve. A estação que estarei fica na zona E2, que é dividida por círculos bizarramente complicados de explicar. Ela é o equivalente à zona leste de lá, mas também como se fosse um centro. O nome da estação é Bethnal Green, ela fica bem próxima ao centro.

Não se preocupem. Fotos de metrô e ketchups não vão faltar.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

E a tal da ansiedade insiste cada vez mais. Trechos de um certo oi





Olá, queridos companheiros de bordo! (Hohoho, eu sou o Lula, companheiros!)



Antes de mais nada, como algumas pessoas que convivem comigo já perceberam, mas ainda sim faço questão de reforçar: eu ando com uma ansiedade mais que lascada. Por quê? Porque, Stressphanie? Pessoas, não é óbvio? Eu vou pra cidade do punk rock, pra cidade nublada.

Tenho feito cada vez mais listas do que fazer e até mesmo do que comprar; além disso, tenho tudo programado nisso que chamo de cabeça, que é onde abriga o meu então considerado cérebro.

Meus primeiros desejos são extremamente simples: comprar lindos casacos e beber cervejas importadas e conhecer todos os museus e fazer amizade com os ingleses chiques e bonitos e tirar foto do metrô e ir na Abbey Road e tirar fotos dos ketchups e quem sabe até mesmo conhecer vários músicos bacanas. Olha, até parece que não tem fim, não é mesmo, minha voz interior?

Mas como tudo tem o seu lado ruim, um dia recebi certa ligação do meu pai, que depois quase morri: "filha, você vai parar de fumar, né?" "não, pai, não se preocupa que não vou fumar dentro da sua casa". Certo, até aí tudo bem. Mas o problema não era esse exatamente. Descobri, para o meu desespero, que o meu tão usado e fumado cigarro custa cerca de vinte e dois reais o maço. É, queridos fumantes. Improvisem um bom espaço para guardar maços se resolverem um dia ir pra terra da Amada Rainha (e que Deus a salve! ou a destrua, como preferir.)

Já pensaram o que vão querer que eu traga pra vocês? Aproveite que eu estou super boazinha e pretendo presenteá-los. Podem pedir, juro. Só não me peçam coisas gigantescamente grandes, pois um baixo já está encomendado.

A principal questão é: será que vão aguentar a minha grande empolgação por lá? Ah, e a Christelle, minha irmã, será obrigada a falar só em inglês comigo caso queira em troca as tão esperadas aulas de gramática de português dadas pela minha pessoa.